Dependência de Celular
Podemos dizer que a dependência de celular se transformou numa doença dos nossos tempos?
De certa forma sim. O que nós observamos é que, com os avanços tecnológicos ocorridos de forma muito veloz desde a segunda metade do século XX, o fascínio do ser humano por tais novidades levou a mudanças de hábitos e costumes também de uma forma muito rápida. Algumas pessoas são mais vulneráveis e não conseguem controlar seus impulsos. Isso pode levar a exageros de tal ordem que passam a ter prejudicados outros aspectos importantes de suas vidas, inclusive causando sérios transtornos em seus relacionamentos, nos estudos e trabalho. Mas, não dizemos que a dependência de celular trata-se de uma doença, mas sim um Transtorno do Controle dos Impulsos.
E, como saber se meu filho é dependente de celular ou de videogame?
Um psiquiatra americano, Young, propôs uma série de critérios para ajudar a definir se o indivíduo sofre de “DEPENDÊNCIA DA INTERNET”. Assim, podemos usar esses mesmos critérios, que modifiquei colocando na forma de perguntas:
- Seu filho demonstra preocupação excessiva com a internet, por exemplo, ele fica muito ansioso para verificar suas redes sociais e a primeira coisa que faz ao chegar em casa é conectar-se na internet ou começar a jogar o videogame?
- Ele está sempre aumentando o tempo que passa conectado para obter a mesma satisfação?
- Apresenta dificuldade quando é necessário diminuir o tempo de uso do celular?
- Está apresentando sinais de irritabilidade ou sintomas depressivos?
- Se você restringe o tempo dele usar o celular, ele reage com mudança do estado de humor?
- Se você combina com ele um tempo que poderá ficar conectado, ele não obedece e fica mais tempo do que foi estabelecido?
- Seus estudos e seus relacionamentos estão sendo prejudicados pelo uso excessivo do celular?
- Ele mente com freqüência sobre a quantidade de tempo que passa conectado?
Se a resposta a 3 ou mais destas perguntas for SIM, provavelmente ele está dependente e, o ideal é que se procure um profissional em Saúde Mental (Psiquiatra ou Psicólogo) para dar o diagnóstico e ajudar a superar o problema.
Ficando constatada a dependência, há tratamento?
Sim, há tratamento, mas não um modelo padrão. Cada caso deverá ser bem avaliado pelo profissional e, de uma maneira geral, se o indivíduo apresenta algum outro transtorno psiquiátrico em co-ocorrência, como o Transtorno Depressivo Maior ou Transtorno de Ansiedade Generalizada ou Déficit de Atenção/ Hiperatividade, deve-se tratar com medicamentos prescritos pelo psiquiatra e associa-se a psicoterapia que visa a moderação do hábito por meio da substituição e variação de atividades de lazer, bem como o treino de habilidades sociais. Se adequadamente tratado, o prognóstico é bom, com recuperação do desempenho escolar, readequação da vida social e do convívio familiar.
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